Sol, céu azul, estradas e uma bela gastronomia, assim foi o “moto tour gastronômico” da Sud Motors Motorrad, autorizada BMW de Porto Alegre/RS.
Antes de iniciar a escrever esta matéria pedi ao Jardel Oliveira e sua esposa Denise, proprietários de uma BMW G 650 GS, motociclistas e mais novos amigos, que escrevessem algumas linhas para mim sobre o que tinham achado da nossa visita à Charqueada. Eu também queria ter outra ótica dos passeios e de pessoas que dividissem a mesma paixão pelo motociclismo e turismo.
Pois bem, ao receber o material tive uma grata surpresa com seu texto e transcrevo-os a vocês.
“Não é sempre que recebemos um convite para um passeio de moto com gosto de História, por isso interessou-nos o programa oferecido pela concessionária BMW de Porto Alegre, a Süd Motors e Jerre Rocha. A idéia geral era contornar a Lagoa dos Patos numa viagem que totalizaria uns bons 800 km. No primeiro dia, iríamos até Pelotas/RS pela BR116 rumo sul, visitando a Charqueada São João; depois pernoitaríamos em Rio Grande/RS, cruzaríamos o canal para São José do Norte/RS e voltaríamos pela BR101.
Sempre que viajo para o sul tenho essa sensação de que volto nos anos, parece-me que saio do tempo comum e entro num outro, onde o relógio bate mais devagar. A transição da paisagem acompanha este sentimento, o coração assume um ritmo mais lento e mais compassado. Parece-me que ao rumar para o sul não apenas viajo no espaço, mas volto algo no tempo. Viajando – e de moto viajar oferece uma perspectiva privilegiada – vê-se a paisagem mudar à medida que os morros de Porto Alegre/RS se afastam e são substituídos por coxilhas que se estendem em colinas suaves e campos abertos, só raramente interrompidos por alguma pequena serrania. O terreno quase imperceptivelmente se faz mais plano, se consumando em planura quando chegamos à Pelotas, posto tão importante economicamente no século XIX que rivalizava em importância com a própria capital da província, Porto Alegre/RS.
Em Pelotas/RS, visitaríamos a quase lendária Charqueada São João, erguida por volta de 1810 e primorosamente conservada nos dias de hoje. Chegamos rápido e com segurança ao nosso destino, aproximadamente ao meio-dia, graças ao bom planejamento e boa condução do grupo.
O programa incluía um almoço tradicional, caprichosamente repetindo receitas antigas, o qual seria servido após o tour guiado pela propriedade bicentenária. O almoço não deixou nada a desejar, com destaque para as sobremesas…
Mas vamos à visita, porque nem só de pão vive o Homem, alguma cultura também faz bem. A construção é uma típica quatro águas, uma bela e grande casa senhorial, de cômodos desproporcionalmente altos em relação à área se considerados os padrões atuais, e particularmente frios – disseram-nos que era uma residência de verão, não duvidamos.
Funcionou como sede da charqueada no século XIX, quando esta atividade econômica era a mais importante na região sul. Está mobiliada com móveis de todas as épocas pelas quais passou, com destaque para um hermético cofre de três chaves (perdidas), em cujo interior não se sabe o que há – mas se sabe que é protegido por uma antiga, mas eficiente armadilha explosiva, municiada com pólvora que explodirá por qualquer tentativa incauta de violação. Mas o mais fabuloso é que o cofre é construído como se fosse uma granada gigante, desfazendo-se em pedaços letais em caso de explosão – e talvez neste mistério, da construção e do segredo, haja um tesouro ainda maior do que qualquer riqueza monetária que possa abrigar em seu interior.
Além do mobiliário variado, cada cômodo constituindo um capítulo particular e vivo que retrata os hábitos de épocas perdidas, a casa em si é um objeto vivo de um tempo inacreditável. Visitando-a conhecemos os hábitos de comer e vestir, a triste e dura hierarquia social do passado, os lazeres dos homens e das damas, a ausência absoluta da infância como a entendemos hoje, a dependência e o medo e a exploração cruel do trabalho escravo. Como sinal destes tempos duros concretizado na estrutura arquitetônica, a casa possui passagens secretas, por onde os proprietários podiam entrincheirar-se e suportar por horas ou dias um eventual assédio externo ou rebelião de escravos, até que recebesse ajuda. Estas passagens secretas, outrora guardadas à custa do sacrifício dos escravos que as construíram, são hoje reveladas como curiosidade pelos guias turísticos.
Não bastasse a beleza e a complexidade da casa em si, o entorno é belo e bucólico, com a vizinhança das árvores centenárias, o correr pacato do Rio Pelotas e a recepção gentil, mas profissional do pessoal que atende aos visitantes.
Falta-nos espaço aqui para destilar todos os encantos da Charqueada São João, se bem que revelá-los todos seria um pouco roubar os mistérios que se deve conhecer visitando-a. É um pouco como contar o final de um bom filme, ou um bom livro. Merecem-na os que a visitarem, que reservem uma tarde, ou melhor, um dia para conhecê-la, mesmo que agora nos pareça pouco tempo. Confirmamos o que todos sabem, mas poucos lembram: que o tempo é o bem mais raro do universo, a própria matéria da vida humana”.
“Jardel Oliveira, motociclista”
Mas a hospedagem e a gastronomia em Rio Grande/RS merecem destaque e muito. O Fernando, proprietário do Restaurante Confraria do Porto situado no Centro Histórico já nos aguardava com uma mesa farta. Congrios, lulas, polvos, camarões, iscas, paella de frutos do mar, entre outros pratos.
Boas risadas, sorteios de alguns brindes por Régis Winter, da Sud Motors Motorrad e retorno ao Hotel Atlântico, que nos recebeu em nosso pernoite na cidade.
Descontando que tivemos que acordar às 06:00 para conseguirmos estar na balsa às 08:00 para fazermos a travessia do canal e seguir pela BR 116, único horário pela manhã, infelizmente, o que gerou a reclamação principal de nosso dorminhoco de plantão, Marcelo…rsrsrs… Uma travessia de 7km ou 30 minutos de balsa, com uma visão da cidade e seu porto.
Mais 280 km de São José do Norte/RS até Capivari/RS com uma parada em Mostardas/RS para almoço aonde novamente o pecado da gula veio à tona no Restaurante da Pousada Pouso Alegre destacando o “cordeiro ao vinho”.
Como nosso cronograma estava com folga, alguns aproveitaram para fazer um test na novíssima F 800 GS que eu estava utilizando.
A chuva, que não tem dado trégua, desta vez resolveu a não dar as caras e finalizamos esta Volta na Lagoa dos Patos tranquilos.
Quem estava nesta Trip:
Jardel Oliveira/Denise -BMW G 650 GS.
Marcelo/Cíntia – BMW G 650 GS.
Javier – BMW G 650 GS.
Rui Dal Bem – BMW GS 1200.
Régis Winter/Fabiana – BMW F 1200 GS Adventure.
Daniel/Carla – Yamaha XT 660R.
Paulo 70 – Honda Transalp 700.
Miguel Ângelo – Honda Falcon 400.
Pedro Rebelo – Suzuki V Strom 650.
Jerre Rocha/Mara Brum – Condutor do Grupo – BMW F 800 GS.
“uma volta no tempo” – Sud Adventure BMW
Antes de iniciar a escrever esta matéria pedi ao Jardel Oliveira e sua esposa Denise, proprietários de uma BMW G 650 GS, motociclistas e mais novos amigos, que escrevessem algumas linhas para mim sobre o que tinham achado da nossa visita à Charqueada. Eu também queria ter outra ótica dos passeios e de pessoas que dividissem a mesma paixão pelo motociclismo e turismo.
Pois bem, ao receber o material tive uma grata surpresa com seu texto e transcrevo-os a vocês.
“Não é sempre que recebemos um convite para um passeio de moto com gosto de História, por isso interessou-nos o programa oferecido pela concessionária BMW de Porto Alegre, a Süd Motors e Jerre Rocha. A idéia geral era contornar a Lagoa dos Patos numa viagem que totalizaria uns bons 800 km. No primeiro dia, iríamos até Pelotas/RS pela BR116 rumo sul, visitando a Charqueada São João; depois pernoitaríamos em Rio Grande/RS, cruzaríamos o canal para São José do Norte/RS e voltaríamos pela BR101.
O programa incluía um almoço tradicional, caprichosamente repetindo receitas antigas, o qual seria servido após o tour guiado pela propriedade bicentenária. O almoço não deixou nada a desejar, com destaque para as sobremesas…
Mas vamos à visita, porque nem só de pão vive o Homem, alguma cultura também faz bem. A construção é uma típica quatro águas, uma bela e grande casa senhorial, de cômodos desproporcionalmente altos em relação à área se considerados os padrões atuais, e particularmente frios – disseram-nos que era uma residência de verão, não duvidamos.
Além do mobiliário variado, cada cômodo constituindo um capítulo particular e vivo que retrata os hábitos de épocas perdidas, a casa em si é um objeto vivo de um tempo inacreditável. Visitando-a conhecemos os hábitos de comer e vestir, a triste e dura hierarquia social do passado, os lazeres dos homens e das damas, a ausência absoluta da infância como a entendemos hoje, a dependência e o medo e a exploração cruel do trabalho escravo. Como sinal destes tempos duros concretizado na estrutura arquitetônica, a casa possui passagens secretas, por onde os proprietários podiam entrincheirar-se e suportar por horas ou dias um eventual assédio externo ou rebelião de escravos, até que recebesse ajuda. Estas passagens secretas, outrora guardadas à custa do sacrifício dos escravos que as construíram, são hoje reveladas como curiosidade pelos guias turísticos.
Não bastasse a beleza e a complexidade da casa em si, o entorno é belo e bucólico, com a vizinhança das árvores centenárias, o correr pacato do Rio Pelotas e a recepção gentil, mas profissional do pessoal que atende aos visitantes.
Falta-nos espaço aqui para destilar todos os encantos da Charqueada São João, se bem que revelá-los todos seria um pouco roubar os mistérios que se deve conhecer visitando-a. É um pouco como contar o final de um bom filme, ou um bom livro. Merecem-na os que a visitarem, que reservem uma tarde, ou melhor, um dia para conhecê-la, mesmo que agora nos pareça pouco tempo. Confirmamos o que todos sabem, mas poucos lembram: que o tempo é o bem mais raro do universo, a própria matéria da vida humana”.
“Jardel Oliveira, motociclista”
Boas risadas, sorteios de alguns brindes por Régis Winter, da Sud Motors Motorrad e retorno ao Hotel Atlântico, que nos recebeu em nosso pernoite na cidade.
Descontando que tivemos que acordar às 06:00 para conseguirmos estar na balsa às 08:00 para fazermos a travessia do canal e seguir pela BR 116, único horário pela manhã, infelizmente, o que gerou a reclamação principal de nosso dorminhoco de plantão, Marcelo…rsrsrs… Uma travessia de 7km ou 30 minutos de balsa, com uma visão da cidade e seu porto.
Mais 280 km de São José do Norte/RS até Capivari/RS com uma parada em Mostardas/RS para almoço aonde novamente o pecado da gula veio à tona no Restaurante da Pousada Pouso Alegre destacando o “cordeiro ao vinho”.
Como nosso cronograma estava com folga, alguns aproveitaram para fazer um test na novíssima F 800 GS que eu estava utilizando.
A chuva, que não tem dado trégua, desta vez resolveu a não dar as caras e finalizamos esta Volta na Lagoa dos Patos tranquilos.
Quem estava nesta Trip:
Jardel Oliveira/Denise -BMW G 650 GS.
Marcelo/Cíntia – BMW G 650 GS.
Javier – BMW G 650 GS.
Rui Dal Bem – BMW GS 1200.
Régis Winter/Fabiana – BMW F 1200 GS Adventure.
Daniel/Carla – Yamaha XT 660R.
Paulo 70 – Honda Transalp 700.
Miguel Ângelo – Honda Falcon 400.
Pedro Rebelo – Suzuki V Strom 650.
Jerre Rocha/Mara Brum – Condutor do Grupo – BMW F 800 GS.
Bem Hur/Cátia – Apoio.
Que venha o próximo destino!
Por Jerre Rocha
Colunista Moto Esporte
E-mail: [email protected]
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